sábado, 16 de julho de 2011

O gato tranqüilo




      Ei-lo, quieto, a cismar, como em grave sigilo,
      vendo tudo através a cor verde dos olhos,
      onça que não cresceu, hoje é um gato tranqüilo.
      A sua vida é um "manso lago", sem escolhos...
      Não ama a lua, nem telhado a velho estilo.
      De uma rica almofada entre os suaves refolhos,
      prefere ronronar, em gracioso cochilo,
      vendo tudo através a cor verde dos olhos.

      Poderia ser mau, fosforescente espanto,
      pequenino terror dos pássaros; no entanto,
      se fez um professor de silêncio e virtude.

      Gato que sonha assim, se algum dia o entenderdes,
      vereis quanto é feliz uma alma que se ilude,
      e olha a vida através a cor de uns olhos verdes.


      Cassiano Ricardo

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